No dia Nacional da Cachaça, conversamos com a produtora de um dos engenhos mais bem sucedidos da Paraíba

Dia 13 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Cachaça, a bebida genuinamente brasileira, que nasceu junto com o Brasil. Nesta entrevista. A produtora Maria Júlia Baracho, diretora executiva do Parque Engenho Triunfo de Areia-PB, um dos equipamentos turísticos mais bem conceituados da Paraíba, fala sobre a importância da produção de cachaça de qualidade no brejo paraibano, os fatores que levaram a Triunfo a se tornar uma referência nacional, os desafios do setor e os próximos passos para o futuro.

. Qual a importância de produzir cachaça de qualidade?

– O propósito de produzir cachaça de qualidade acompanha a determinação de Antônio Augusto desde sempre. Isso impactou positivamente a imagem do destilado genuinamente brasileiro, em uma época em que a cachaça ainda era produzida para pobre e consumida, tão somente, pelo pobre. Hoje, fortalece a economia do brejo paraibano e firma a nossa referência de produtora de boa cachaça.

. A Cachaça Triunfo é hoje uma das referências nacionais. Quais fatores foram determinantes para que a marca conquistasse esse reconhecimento?

– A persistência, a capacitação, o trabalho duro, a disciplina e, acima de tudo, o amor pelo que fazemos.

.Que retorno você recebe dos consumidores e do mercado em relação à Triunfo?

– A Triunfo de Areia vai além de uma cachaça de qualidade. Ela é símbolo de amor, de luta e de superação.

.Como você enxerga o papel da Triunfo dentro do cenário atual da produção de cachaça de alambique no brejo?

– Somos exemplo de que vale a pena ser honesto, estudar, trabalhar e gastar menos do que se ganha.

.A qualidade da cachaça Triunfo já foi reconhecida em premiações nacionais e internacionais. Como esses reconhecimentos impactam a marca e a região?

.Eles reforçam que o combate à falsificação e os altos impostos continuam sendo desafios, mas também mostram que o nosso trabalho tem relevância e valor, elevando a imagem da cachaça do brejo para o Brasil e o mundo. A Cachaça Triunfo de Areia é realmente muito medalhada. Temos prêmios nacionais, até internacionais, mas a melhor cachaça é aquela que agrada ao paladar de quem consome. Tem até uma experiência pessoal que passei quando a Cachaça Triunfo Jaqueira recebeu a Medalha Duplo Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas. Quando a gente estava comemorando isso, eu acredito que eu já estava na quinta dose, e tive a ousadia de dizer ao meu filho, Thiago, o químico da nossa empresa,  que eu gosto mesmo é da branquinha. A sorte é que ele já devia estar, então, na sexta dose, e me respondeu de forma tão poética que eu nunca esqueci. Ele falou assim: “Mãe, para que a Cachaça Triunfo Jaqueira obtenha essa medalha, é porque a branquinha também é muito medalhada, pois é a base, é como uma família. Então, com a família estruturada, a gente enfrenta os desafios da vida e se torna um Triunfo Fênix”.

.Quais desafios você considera ainda necessários para que a produção de cachaça no brejo da Paraíba alcance patamares mais altos?

– O combate à falsificação e a questão da carga tributária são os principais obstáculos que precisamos enfrentar para avançar ainda mais.

.E olhando para o futuro, quais são os seus sonhos e próximos passos para a marca Triunfo?

– Fomos contemplados com o incentivo do ICMS Cultural e estamos construindo o Memorial da Solidariedade, ampliando a fábrica de chocolate e investindo na experiência do Café Gourmet, produzido aqui no Engenho. Temos a certeza de que o Brasil começa na nossa casa, no nosso território. Com garra e determinação, podemos fazer deste país um lugar melhor de se viver.